COMISSÃO 2011 a 2015
A comissão de Vezeira de Ferral, mais um ano na serra, para continuarem o trabalho de arranjo de marcações do trilhos do castanheiro a Lamalonga, como tem vindo a acontecer já a décadas anteriores e para fazer entrega da nova comissão de vezeira 2011 a 2015. Nova comissão: Paulo Alves *(Paulo capela) - Francisco vieira *(Chico vieira) Arménio Miranda *( o mano Miranda) são estes as pessoas que vão dar continuidade ao projecto da anterior comissão que passou o testemunho aos três já referenciados numa mariola feita pelo grupo para a entrega.
OS TRABALHOS
Este ano subiram cerca de 30 pessoas em apoio as tradições da vezeira Ferral uns trataram do repastado lanche que a Junta de Freguesia de Ferral ofereceu as pessoas em serviço na serra e outros subiram serra fora fazendo o seu trabalho, pois foi um dia um pouco atribulado pelo motivo da instabilidade do tempo mas com a vontade de preservar o que os nossos antepassados nos deixaras com herança, conseguiu-se fazer um bom trabalho, e que a nova comissão lhe vai dar continuidade com novas surpresas, para os agricultores.
AGRADECIMENTO
A comissão de vezeira cessante e em nome do Sr. Francisco Martins. Agrade-se aos seguintes entidades públicas e privadas o apoio que lhe deram durante os anos que esteve a frente da comissão: Ao Sr. presidente do Município de Montalegre. Junta de Freguesia de Ferral. Associação Amigos de Vila Nova, Governo Civil de Vila Real Protecção Civil de Vila Real, Bombeiros Voluntários de Salto, Jornal Noticias de Barroso, Ecomuseu de Barroso, também agradece aos gestores dos blogs pela divulgação na CABRA DO GERES E ALMA DE MONTANHISTA, E ao José Miranda (O Sorreira) ao Aníbal Ferreira (Nito) O Meu muito obrigado, pelo apoio dado durante a passagem pela comissão de vezeira Ferral.
Francisco Martins
VEZEIRA
segunda-feira, 9 de maio de 2011
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Pequena entrevista ao Tesoureiro da Junta de Freguesia de Ferral
E – O porquê de só agora a junta começar a dar apoio a esta actividade?
T.J. - A Junta sempre deu apoio para esta actividade, mas na verdade foi este ano que a junta se envolveu mais neste projecto de tradições e direitos da serra.
E – Porquê este ano?
T.J. – Porque achamos que os direitos e tradições não se devem perder, mas devem-se preservar cada vez mais.
E – É para continuar?
T.J. – Foi sempre a minha intenção e a da junta apoiar o povo, nestas tradições.
E – Quando vai ser feita outra acção de trabalho da vezeira.
T.J. – A próxima acção vai ser, a decida da vezeira e homenagear o ultimo vezeireiro da Freguesia de Ferral. (António Veras).
E – Disseram-nos que o senhor tesoureiro da junta era um impulsionador para estas actividades, é verdade?
T.J. – Sim é, tudo o que seja relacionado com direitos do povo e tradições da minha freguesia farei tudo para que sejam mantidos como nos tempos antigos.
Ana Carvalho
Legenda:(E-Entrevistadora)
(T.J-Tesoureiro da Junta)
DIZIA UM GRANDE FILOSOFO
O que falta a chamadas, pode pensar que é rico, mas no fundo é muito pobre de mente.
domingo, 16 de maio de 2010
Fotos da serra
A população da freguesia de Ferral, esteve este fim de semana, na limpeza dos trilhos, arranjo e construção de mariolas, e na reconstrução de uma cabana do pastor, com o objectivo de recuperar as tradições centenárias da vezeira na serra do Gerês.
Foi uma jornada dura, mas gratificante.
Em breve trazemos mais noticías.
Foi uma jornada dura, mas gratificante.
Em breve trazemos mais noticías.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Vezeira
A vezeira era entregue a uma pessoa que se disponibilizava ser o vezeireiro do gado na serra do Gerês, nas épocas de pastagens com pertença centenárias aos lugares das freguesias inseridas e circundantes.
O Vezeireiro era pago por esses serviços, com géneros alimentares e outro, como carne, milho, vinho, etc., que era contabilizado por cabeça de gado a cada lavrador das aldeias. Agora as populações uniram-se e estão a tentar seguir a tradição antiga como limpar os trilhos do pastor e levantar as “Mariolas” que servem de guias para os pastores e dono do gado em tempo de nevoeiro na serra. Além de manter os costumes centenários também serve como objectivo para transmitir aos mais novos, os usos e costumes antigos e incentivar toda a população em geral para a protecção dos animais e seu habitat, e protecção da natureza.
Relato dos últimos “vezeireiros”
Os últimos pastores de vezeira foram da Freguesia de Ferral, chamavam-se “VERAS “, dizem-nos os filhos que o pai os levava com ele para a serra, guardar o gado com 9 e 10 anos e a escola ficava em Ferral para as outras crianças.
FM - Em que época é que subia a vezeira?
O VEZEIREIRO - Nos pegávamos na vezeira no dia 1 de Abril, no carvalho do sinal, até ao meio dia, a partir desse dia teriam que nos a levar ao curral ou “malhada” a onde estivesse-mos .
FM - Quem arranjava as cabanas?
O VEZEIREIRO - As cabanas e os trilhos eram arranjados pelo povo, e nos depois só cortávamos fenos e fetos, para fazer a cama, botávamos uma manta velha por baixo e as outras por cima, e dormíamos metidos no meio sempre vestidos para não ter frio.
FM- Onde e como faziam o comer?
O VEZEIREIRO -Quando subíamos com a vezeira trazíamos já de comer para 15 dias e um pote, que era pago pelas aldeias e o resto dos utensílios par cozinhar. Mas havia muitas alturas que o comer era pouco e tinha-mos que o governar até que a minha mãe ou os meus irmãos nos viessem abastecer era uma vida de escravos.
FM - Como era feita a paga por guardar o gado?
O VEZEIREIRO - A paga era estipulada em géneros alimentares que o lavrador tinha ou que a terra dava, por cada cabeça de gado que guardávamos, era milho, carne de porco, vinho, cebolas e era a minha mãe ou os meus irmãos que iam levantar a paga pelas portas dos agricultores.
FM - Em que zona da serra gostavam mais de estar e para que juntavam o gado à noite.
O VEZEIREIRO - O meu pai gostava da cabana das negras, mas eu gostava da cabana de lama longa, pelo facto de estaremos perto das Minas dos Carris, nos juntávamos o gado sempre a noite no curral a onde estivesse-mos, porque estava mais controlado e assim ficava estrumado, para depois um lavrador ou o dono do curral semear de centeio.
FM - Tem saudades da vida de Vezeireiro, e gostava de lá voltar?
O VEZEIREIRO – Sim, gostava de lá voltar, só para matar saudades no fundo no fundo tenho a serra traçada no meu coração, mas não nas condições de antigamente, porque o vezeireiro era o escravo dos lavradores.
FM - Porque é que o seu pai ia de vezeireiro e os levava assim tão pequenos.
O VEZEIREIRO - Éramos pobres e o meu pai eram obrigados fazer esse tipo de trabalho para não nos deixar passar fome, porque éramos muitos irmãos .
FM - Tem algumas historias passadas na serra, que nos queira contar.
O VEZEIREIRO - Tenho algumas.
Um dia acabou o vinho e o meu pai como gostava de ter sempre vinho na serra, mandou-nos a mim e o meu irmão a aldeia de Azevedo, buscar vinho numa cabaça que levava 5L, no regresso a serra e com 4 horas de caminho, ao passar o corgo do curral de matança, cai e a cabaça ficou em bocados, nem vinho nem cabaça, o meu pai de zangado começou a discutir e deixo-nos os dois na serra e foi a cabril buscar o vinho, mas até teve sorte que quando regressou a noite ficou com mais 3 litros vinho e uma broa de pão milho e um naco de carne que “ti” Barreira de Vila Nova nos lá deixou, nesse dia passou logo o “mono”, fez uma festa aos três litros que nem um “cigano a um burro”.
Noutra altura o meu pai pôs as batatas e feijões no pote para fazermos o caldo, e disse ao meu irmão, olha pelo pote que eu vou ao fundo da lama tocar o gado para metermos ao curral, pusemo-nos a brincar e esquecemo-nos do pote, quando o Velho chegou só encontrou uma pasta de batatas já tudo torrado, só tivemos tempo de fugir um para cada lado, naquela noite dormimos sem frio, e sem fome, com o corpo bem quente.
APOIOS
Junta de Freguesia de Ferral
Município de Montalegre
Parque Nacional Peneda Gerês
Governo Civil Vila Real
Protecção Civil Vila Real
Bombeiros Voluntários de Salto
Ecomuseu de Barroso
O Vezeireiro era pago por esses serviços, com géneros alimentares e outro, como carne, milho, vinho, etc., que era contabilizado por cabeça de gado a cada lavrador das aldeias. Agora as populações uniram-se e estão a tentar seguir a tradição antiga como limpar os trilhos do pastor e levantar as “Mariolas” que servem de guias para os pastores e dono do gado em tempo de nevoeiro na serra. Além de manter os costumes centenários também serve como objectivo para transmitir aos mais novos, os usos e costumes antigos e incentivar toda a população em geral para a protecção dos animais e seu habitat, e protecção da natureza.
Relato dos últimos “vezeireiros”
Os últimos pastores de vezeira foram da Freguesia de Ferral, chamavam-se “VERAS “, dizem-nos os filhos que o pai os levava com ele para a serra, guardar o gado com 9 e 10 anos e a escola ficava em Ferral para as outras crianças.
FM - Em que época é que subia a vezeira?
O VEZEIREIRO - Nos pegávamos na vezeira no dia 1 de Abril, no carvalho do sinal, até ao meio dia, a partir desse dia teriam que nos a levar ao curral ou “malhada” a onde estivesse-mos .
FM - Quem arranjava as cabanas?
O VEZEIREIRO - As cabanas e os trilhos eram arranjados pelo povo, e nos depois só cortávamos fenos e fetos, para fazer a cama, botávamos uma manta velha por baixo e as outras por cima, e dormíamos metidos no meio sempre vestidos para não ter frio.
FM- Onde e como faziam o comer?
O VEZEIREIRO -Quando subíamos com a vezeira trazíamos já de comer para 15 dias e um pote, que era pago pelas aldeias e o resto dos utensílios par cozinhar. Mas havia muitas alturas que o comer era pouco e tinha-mos que o governar até que a minha mãe ou os meus irmãos nos viessem abastecer era uma vida de escravos.
FM - Como era feita a paga por guardar o gado?
O VEZEIREIRO - A paga era estipulada em géneros alimentares que o lavrador tinha ou que a terra dava, por cada cabeça de gado que guardávamos, era milho, carne de porco, vinho, cebolas e era a minha mãe ou os meus irmãos que iam levantar a paga pelas portas dos agricultores.
FM - Em que zona da serra gostavam mais de estar e para que juntavam o gado à noite.
O VEZEIREIRO - O meu pai gostava da cabana das negras, mas eu gostava da cabana de lama longa, pelo facto de estaremos perto das Minas dos Carris, nos juntávamos o gado sempre a noite no curral a onde estivesse-mos, porque estava mais controlado e assim ficava estrumado, para depois um lavrador ou o dono do curral semear de centeio.
FM - Tem saudades da vida de Vezeireiro, e gostava de lá voltar?
O VEZEIREIRO – Sim, gostava de lá voltar, só para matar saudades no fundo no fundo tenho a serra traçada no meu coração, mas não nas condições de antigamente, porque o vezeireiro era o escravo dos lavradores.
FM - Porque é que o seu pai ia de vezeireiro e os levava assim tão pequenos.
O VEZEIREIRO - Éramos pobres e o meu pai eram obrigados fazer esse tipo de trabalho para não nos deixar passar fome, porque éramos muitos irmãos .
FM - Tem algumas historias passadas na serra, que nos queira contar.
O VEZEIREIRO - Tenho algumas.
Um dia acabou o vinho e o meu pai como gostava de ter sempre vinho na serra, mandou-nos a mim e o meu irmão a aldeia de Azevedo, buscar vinho numa cabaça que levava 5L, no regresso a serra e com 4 horas de caminho, ao passar o corgo do curral de matança, cai e a cabaça ficou em bocados, nem vinho nem cabaça, o meu pai de zangado começou a discutir e deixo-nos os dois na serra e foi a cabril buscar o vinho, mas até teve sorte que quando regressou a noite ficou com mais 3 litros vinho e uma broa de pão milho e um naco de carne que “ti” Barreira de Vila Nova nos lá deixou, nesse dia passou logo o “mono”, fez uma festa aos três litros que nem um “cigano a um burro”.
Noutra altura o meu pai pôs as batatas e feijões no pote para fazermos o caldo, e disse ao meu irmão, olha pelo pote que eu vou ao fundo da lama tocar o gado para metermos ao curral, pusemo-nos a brincar e esquecemo-nos do pote, quando o Velho chegou só encontrou uma pasta de batatas já tudo torrado, só tivemos tempo de fugir um para cada lado, naquela noite dormimos sem frio, e sem fome, com o corpo bem quente.
APOIOS
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Município de Montalegre
Parque Nacional Peneda Gerês
Governo Civil Vila Real
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